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O impacto da comunicação negativa

Recentemente vivenciei uma situação na vida particular que merece ser analisada de forma profissional. Pertenço a um determinado grupo e uma das pessoas que nunca tinha “mexido em redes sociais” resolveu criar um perfil no Instagram onde compartilhava toda e qualquer informação pertinente somente a este grupo, colocando em risco a segurança e a privacidade das pessoas. Inquieta como sou, fiz uma consultoria gratuita e sugeri uma série de mudanças, ignorada solenemente, claro. Até hoje a pessoa tem tido inúmeros problemas a cada postagem indevida ou impertinente para ser comunicada em uma rede social aberta.

Isso me traz à tona que, embora esteja ao alcance de todos, as redes sociais também são ferramentas que têm determinados códigos e funções. Por exemplo, no caso acima, o ideal seria criar um canal fechado ou, mesmo que quisesse usar o Instagram, fazer uso da opçãi “Melhores Amigos” para determinados comunicados e publicações de imagens. Ou seja, como o bom comunicador sabe, cada rede social ou canal de comunicação tem a sua função muito bem definida. Além disso, é preciso tomar muito cuidado da maneira que você fala e/ou escreve.

Não paramos de ver casos de pessoas processando outras ou mesmo as próprias ferramentas e isso tem realmente se agravado no último ano – não vamos entrar aqui em questões políticas, embora saibamos que elas existam. E isso ocorre não somente pela internet “não ser terra de ninguém”, mas porque temos pessoas despreparadas para geri-la. Nós, comunicadores, precisamos nos adaptar às novas linguagens e aprendemos na prática, ao longo dos anos, pois essa realidade faz parte do nosso dia a dia e os conceitos de comunicação são de nosso amplo conhecimento.

Lembro que a minha primeira “crise nas redes sociais” aconteceu quando atendia uma grande marca de decoração de Natal, que usara “animais de circo” em uma ambientação em um shopping center. Apesar de não ser responsável pelas redes sociais da marca à época, isso me fez entender o que significava tudo isso na vertente da comunicação, inclusive, me levando a ser a primeira agência do segmento a oferecer Instagram para os clientes, nos idos de 2011, 2012. Lembro que logo depois fizemos fotos de um cachorro para celebrarmos a Páscoa e prontamente informamos que o animal não havia sido alimentado com chocolates.

Ou seja, como li uma vez sobre o caso das “mucamas da Donata Meirelles”, ali faltou a perspicácia do Nizan ou alguém da equipe do departamento de “vai dar merda”. E é bem isso. Ora, se existem profissionais de Comunicação é porque eles são necessários. O comunicador sabe lidar com as diferentes ferramentas e particularidades da mais singela função de se comunicar. Logicamente, todos precisam se comunicar para viverem, mas as ferramentas precisam ser minimamente compreendidas e questões éticas e morais, respeitadas. E muitas vezes é somente o profissional de comunicação que vai ser possível de gerenciar determinadas situações ou, melhor ainda, evitá-las.